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REVISTA

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SOCIEDADE DE INSTRUCÇÃO DO PORTO

VOLUME TERCEIRO

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PORTO

TYPOGRAPHIA CENTRAL

DE AVELINO ANTÓNIO MENDES CERDEIRA

Rua do Bom jardim, 817

1884.

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REVISTA

SOCIEDADE DE INSTRÚCÇÃO DO PORTO

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3.* ANNO

I DE MNEIRQ DE x883

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DISCURSO DO PRESIDENTE DA SOCIEDADE

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EMCEREAMENTO DA EXPOSIÇÃO DE CERÂMICA E DISTRIBUIÇÃO DE PRÉMIOS

(16 de noTembro de 1889)

A sciencía e o trabalho são duas grandes potencias, é certíssimo; mas nâo é menos certo que ellas sós, como ex- pressão individual, raras vezes produzem as maravilhas que exige a civilisação moderna e que nós todos admiramos. Para este resultado requerem-se esforços multiplicados, a coopera- ção de muitos, a união de todos os que lidam para o mesmo fim— n'uma palavra a associação! Eis a grande alavanca com que ao serviço d^aquellas duas potencias se transforma a €iDciedade moderna. Um operário labutando sem repouso, e eagidando incessantemente, pode por fortuna inventar novos meios de facilitar o seu trabalho, e combinações mais felizes para aperfeiçoar a sua obra ; mas sendo preciso hoje produzir muito e facilmente, a invenção ficará limitadíssima ou quasi estéril, se a communidade nao tomar conta d^ella, e a appli- car nas grandes officinas.

A associação é um principio fecundo de melhoramento e riqueza, cria as forças, multiplica os capitães, baratea os pro- duetos, ensina e ampara os operários, e por todas as formas combate a inércia, o desleixo, a miséria.

A festa que nós encerramos hoje é um exemi>lo do que vale aquella idea.. Nenhum individuo poderia reunir aqui os productO|S, çiue de distantes partes vieram a este certamen, nenhum individuo poderia attrahir para esta Exposição a atten- ção e a bòa vontade de tantas pessoas que a têm visitado, e de

UTISTA DA 80GIIDADK DK DCSTRUCÇAO DO PORTO. 1

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muitas mais que, mesmo de longe, a applaudem, nenhum indivi- duo poderia crear no publico a corrente sympathica da opinião, que, fazendo justiça a este commettimento, talvez único na his- toria da cerâmica de todas as nações, nos anima e incita a faze-lo produzir as mais proveitosas consequências. E assim deve ser, porque dbutra maneira não valiam os sacrifícios que exigem.

Felizmente, os oleiros portuguezes identificaram-se de tal modo com o pensamento da Sociedade dlnstrucção do Porto, que se congregaram, e procuraram cuidadosamente aperfeiçoar a sua industria pelos únicos meios, ^ue podem pro- duzir resultado valioso e duradouro, a instrucçao artistica e a protecção ao operário. Honra lhes seja ! Abençoados os esfor- ços quê crearem a primeira escola ! Bemditos os socorros que garantirem ao operário uma velhice tranquilla !

Não posso dar-vos conta de tudo quanto se tem feito n^aquelle congresso. Mais tarde o sabereis. Mas ò que posso, o que devo dizer-vos, como testemunha insuspeita, é que os seus membros são todos rivaes nos vehementes desejos de le- vantarem a sua industria á maior altura, e que todos elles teem uma inabalável no futuro, que hão-de crear pela es- cola e pelo auxilio intelli&ente aos operários.

Dos trabalhos do Jury, encarregado da apreciação dos productos expostos, ides ver o resultado. Não foi fácil a sua tarefa, senhores. Tantos productos differentes, tão diversos materiaes, variadíssimas formas, extraordinárias cores, e pin- turas, usos vários, emíim tantos aspectos differentes para ava- liar, que foi necessária muita diligencia, muita attenção, e muito estudo comparativo para chegar a conclusão. Faltaram por justíssimos motivos alguns dos membros nomeados, mas a maioria que ficou, inspirou-se tão nobremente do seu dever, que eu confio que a opinião publica lhe fará a mais inteira justiça.

Senhores, nem os expositores merecem galardão. Ha prestantíssimos obreiros, infatigáveis, tenazes na realisação da suaidêa, aos quaes, embora elles queiram esconder-se na pe- numbra, é dever indeclinável fazer justiça. Está em primeiro locar o snr. Isaac Newton, espirito culto e modestíssimo, que foi o iniciador doesta sociedade, e que foi também um dos promotores da Exposição de Cerâmica. Os seus relevantes serviços a esta instituição e á Exposição são taes que certa- mente lhe cabe o primeiro logar. Pena é que a doença o rete- nha no leito em dia tão festivo ; mas saudemol-o d^aqui e faça- mos votos pelo seu immediato restabelecimento.

Do nosso Secretario Geral, o snr. Joaquim de Vascon-

cellos, sabeis ja a trabalhosa tarefa que tomou de percorrer a sul do reino ; á sua sciencia e dedicação deve-se muito, como mais diurna vez tenho referido.

E^ longa a lista das dividas que contrahimos para con- seguir tão explendido resultado. Aos senhores José Maria Nepo^ muceno de Lisboa, João CamíUo de Castro Júnior, Marciano e Joaquim de Azuaga, Dr. Júlio Henriques, José de Macedo Araújo Júnior, Augusto Luso da Silva, Eduardo Sequeira, JoSo António Marques Gomes, de Aveiro, e Gabriel Pereira de Évora, devemos muito especiaes agradecimentos, porque alem da sua usual dedicação pela nossa Sociedade, foram incansáveis e diurna sollicitude inexcedivel, colligindo objectos, traba- Ihando pessoalmente, e por todas as formas contribuindo para enriquecer a Exposição. Quizera enumerar todos aue a coadju- varam com a sua boa vontade e serviços, mas e impossivel. Confio em que a satisfação da própria * consciência recompen^ sara a todos o auxilio que nos deram, por que sentiram nos re- sultados uma parte da sua obra.

Ao Governo de S. Magestade repito novamente os agra- decimentos que em nome da Sociedade, e neste logar, tribu- tei com reconhecimento.

Está chegado o ultimo dia doesta festa, e nem por isso terminam os nossos trabalhos. Por ella contrahimos novas obrigações. Se o favor publico recompensou os esforços e as fadigas doesta Sociedade, não é para que adormeçamos á sua somora, mas para que cobremos nova coragem, accendamos os nossos brios, e caminhemos avante em nome da Sociedade dlnstrucçâo na gloriosa tarefa da educação, e da civilisaçSo nacional. "

Dr. J. Fruct. Ayres de Gouveia Osório.

CARTAS SOBRE A EDUCAÇÃO DA MOCIDADE

(Oontlan&çlo, t. pag. 660)

«El Rey Dom Manoel, como refere Álvaro Ferreyra deVi Vera \ aperfeiçoou os estados dos Ricos Homens e Infan- çoens, e deu a cada hum em sua Caza Real o lugar que por sua qualidade merecia, fazendo três sortes de gente. No pri-

^ Origem da Nobreza politica. Lisboa i63i, 4.^, cap. 2, pag. 3.

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meiro lugar pôz os Ricos Homens ; no segundo os Infançoens ; no terceyro os Plebeos, com esta distinção na moradia: aos Filhos dos Ricos Homens tomou por Áíoços Fidalgos com mil reis de Foro * cada mes, e aloueyre e meyo de cevada

Eor dia; te daqui os acrescentava a Fidalgos Cavallepros, so- indolhe a moradia quatro mil reis^ o cjue era despois de serem armados Cavalleyros, por algum feito honrozo que fa- ziaõ na guerra. Aos Filhos dos Infan^ns tomou por Moços da Camará^ com quatrocentos e sets reis; e três quartas de ce- vada por dia: e da mesma maneira lhes 'acrescentava a mora- dia, que a mayor subia mil e quinhentos reis com o titulo de Capalleyro Fidalgo) a que hoje muitos não querem subir por ficar antes no foro de moços do serviço, pelas mays en- tradas que tem na casa e serviço do seu Rey.»

cOs Plebeos taõbem admittio no seu serviço, tomando- os por moços da Estribeira; e daqui os acrescentava a Es- cudeyros e Cavalleyros razos (que he Cavalleyros sem Nobre- za,) e os que auena, que gozassem de alguns Privilégios se chamavaõ Cavalleyros confirmados; no que havia muita ordem. ]>

Quem quizer saber o que he a Nobreza Natural e Poli- tica, como se adquire e como se perde, e outras mais proprie- dades^ 'que tem a origem dos titulos em Portugal, poderá ler este excellente Autor, esquecido nos nossos tempos, e que merecia ser conhecido de todos os Nobres Portuj^uezes, para saberem as suas obrigaçoens. Vejase taõbem Noticias de Por- tugal de Manoel Severim de Faria, Discurso iii, e o Prologo

^ O marco de prata valia, fio tempo dei Rey Dom Manoel, 2340 reis e como os Fidalgos Cavalleyros tínhao da sua moradia 4000 reis por mes, e por anno 48000 reis, e que o marco de prata amoedado vale hoje 6000 reis, os 48000 reis daquelle tempo valem hoje 91930 reis, e como taõbem recebiaõ alqueyre e meyo de cevada por dia, contando somente a 120 reis por alqueyre, valiaõ no tempo presente 63240 reis, que juntos com os 91 02 o reis assima, fazia toda a soma 1 55 160 reis. E como taõbem os Cavalleyros Fidalgos tinhaÇ moradia que chegava a i5oo reis por mes, e por anno 18000 reis, com três quartas de cevada, reatada por anno taõ- Sem a 120 reis por alqueyre, vafiaõ pelo preço de hoje 32400: e como os 18000 naquelle tempo, estando o marco de prata a 2340 reis, e noje a 6000 reis, valem hoje a soma de 61920 reis, que juntos aos 32400 de cevada, fa- siaõ 94320 reis.

Ajuntando agora estas duas moradias de Fidalgo Cavalleyro, e de Cavalleyro Fidalgo em huma soma e repartindoas, acharseha que cada huma destas moradias vale hoje a soma de 124740 rei^ soma siíffiçiente para sustentar e educar em huma Escola Militar hum Moço Fidalgo.

ds Memorias Históricas e Genealógicas dos Grandes de Por- tugal por António Caetano de Sousa. Lisboa 1742.

Do referido se coUige que os Reys de Portugal sempre tiverao especial cuidado da Educação da Fidalguia, e que dahi veyo chamaremse creados de caza Real, estendendose este no- me por corrupção aos que servem. Em quanto houve guerras continuadas, em quanto tinhaõ necessidade da Fidalguia, para guerrear e conquistar, sempre houve a Educação no Paço: acabouse aquella urgente necessidade, e achou el Rey Dom Manoel a propósito de desobrigarse da Educação, e de pagar- Ihe huma certa quantia, como vimos assima; para serem edu- cados em caza de seos Pays. Em quanto se continuarão as Conquistas da índia, é a ílorecente navegação, empregavaõ-se neste serviço os Fidalgos, e nao se apercebia o Estado da falta da Educação no Paço : mas no tempo dei Rey Dom João o Terceyro acabou a Òonquista da Affrica, e da índia; ja na5 havia mais guerra, que para conservar o conquistado : e como as riquezas erao immensas, introduziose o luxo na Fidalguia, e ja se apercebia o Estado da falta da sua Educação, porque foi o mayor que se conheceo na Europa.

A constituição Gothica do Reyno, determinava a Fidal- guia serem guerreyros forçozamente no tempo da guerra; e acabada ella ficarem nas suas terras, e cuidarem da agricultu- ra; naõ tinhao outro intento no tempo da paz que conservarse vivendo do producto das suas terras; naõ cultivavaõ para ven- der nem comerciar com os fructos ; e deste costume vieraõ as nossas Leis das Ordenaçoens, que defendem fazer comercio com os grãos, vinho e azeite.

Mas tanto que os Reys tiveraS mays que dar que as terras da Coroa; tanto que tiverao Commendas, Governos e Cargos lucrativos, tanto nas Conquistas, como no Reyno, logo os Fidalgos começarão a cercar os .Reys, e ficarem na Corte; porque pela adulação, pelo agrado, e pelas artes dos Corte- soens sabíaõ ganhar as vontades dos Reys, naõ tendo aquellas occasioens forçozas de obrarem acçoens illustres para serem

Íremiados por ellas. Isto Vemos succedeo no tempo dei Rey K Duarte, quando ordenou que todo o Fidalgo que naõ tivesse Cargo na Corte, que fosse a viver nas suas terras.

Logo que todos os Fidalgos fíxaraõ a sua assistência na Corte no tempo da paz, logo que seos filhos eraõ educados em suas cazas, ja ricas e poderosas pelas dadivas dos Reys cm Commendas, Pensoens, Governos e Cargos, necessaria- mente se havia de seguir huma educação estragada, a Meni-

nice entregada na maõ das amas e de mulheres commuas^ a puerícia entre as maõs dos Criados e dos Escravos; ate o tempo dei Rey D. Sebastião poucos sabiaõ mais que ler e es- crever ; porque ja a Escola do Infante Dom Henrique estava acabada; e toda a educação se reduzia a saber os Mysterios da Fé, porque os seos Mestres sendo Ecclesiasticos e ignoran- tes da obrigação de Súbdito, de Filho e de Marido, chegavaõ á idade da adolescência com o animo depravado, sem numa- nidade, porque naõ conheciaõ igual ; sem subordinação, porque eraõ educados por escravas e escsavos; ficava aquelle animo possuído de soberba, vangloria, sem conhecimento^da vida ci- vil, nem com a minima idea do bem commum : assim degene- rou aquella educação do Paço na qual pelo menos aprendiao a obedecer, na mais insolente tyrania de todos aqueiles com quem tratavaõ.

A questão agora he somente, se será do Real agrado de S. Magestade continuar nesta piedosa è utilissima intenção, e no cazo que assim determinasse, ficava a saber que sorte de educação convinha á Fidalguia existente ? em que lugar devia ser educada ? e quais deviao ser os Mestres ? Discutirei estes três pontos com a clareza que me for possível.

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Que sorte de Educaçam convém á Fidalguia Portugue^a^ que seja útil a si e a sua Trairia?

Quem melhor conhecer a Constituição do Estado de Por- tugal actual, resolveria melhor esta importante questão. Tanto quanto eu pude alcansar por informação e por lectura, acho que he Reyno pelo seu sitio, entre três Mares, nos quaes na- vega o comercio de todo o mundo, totalmente marítimo; bor- dado, pela sua mayor parte, do Mar Oceano com oito portos navigaveis, ainda que alguns damnifícados, e que com custo e trabalho podiaõ ^r restaurados; que tem Ilhas e Continentes vastíssimos e riquíssimos nas três partes do mundo conhecidas. Que por Tratados e Âllianças de Comercio e boa amizade está ligado com muitas Potencias; humas que o podem offender por mar, e huma por terra.

Estes limitados a)nhecimentos determinarão logo a quem pensar na conservação da nossa Monarchia, que necessita de Officiaís de Mar e Terra ; isto he, de hum exercito, e de huma

frota. He certo que entre a Nobreza se achaõ as pessoas mais apias para exercitar estes Cargos ; e naõ necessito aaui de amon- toar lugares communs para provar o que todos, sabem por ex« periencia. Mas ao mesmo tempo toJos assentarão que a Educa- ção que se deve dar á Nobreza e á Fidalguia Portugueza, deve proporcionar-se á necessidade e ao estado actual da sua pátria.

Antes que se usasse da pólvora, e que se fortificassem as Prazas pelas Leis da Geometria e Trigonometria, naõ necessi- tava o òeneral do exercício das Mathematicas, e de al^uas par- tes da rhysica: a força, o animo ouzado e a valentia ja naõ saõ bastantes para vencer, como quando faziamos a guerra ex- pulsando os Moufos da pátria. A Arte da guerra hcje he scien- cia fundada em princípios que se aprendem e devem aprender, antes que se veja o inimigo : necessita de estudo, de applicaçaõ, de attençaõ e reflexão ; que o Guerreyro tome a penna e saiba taõbem calcular e escrever, como he obrigado combater com a espada e com o espontaõ; o verdadeyro Guerreyro he hoje hum misto de ho riem de letras e de soldado. Deste modo adquirio DOS no^sos tempos immortal fama o Marechal de Sdxe, e por este caminha vai com igual gloria el Rey da Prússia.

Mas hum Almirante, ou hum Capitão de Mar e Guerra naõ somente deve ter toda a instrução de que necessita hum General, mas ainda aquella de mandar no mar: naõ somente necessita da instrução das Mathematicas, Astronomia e Scien- cia Náutica, mas de muitos e muitos conhecimentos politicos para comprir os seus importantes Cargos. Deste modo neces- ces5Ítaõ os que haõ de governar hum Regimento, ou hum Exer- cito, hum Navio de Guerra, ou huma armada, ter tal educação, que sejaõ capazes de obrarem acçoens illustres, e de as escre- ver, como fez Xenop!ionte, César, e o Marechal de Saxe nos nossos tempos, e outros muitos dignos destes importantes Cargos.

No tempo de Philippe Quarto presentáraõ ao Conde Du- que de Olivares hum retrato do Estado Politico de Castella, e das Cauzas da sua decadência ^: e huma das principais que al- lega, se reduz á seguinte discussão; que a Cauza da decadên- cia daquella Monarchia foi que o valor e a força não fora con- duzida nem ajudada pela sciencia, nem pela arte: que confian- dosse na riqueza da Monarchia, que desprezarão os Tratados

^ Indispostzione ^enerale delia Monarchia di Spagna, sue cause e re- medi. Esta representação se le no fim da Historia delia Desunione dei Re- gno di Portogallo dalla Corona di Castiglia, dal Dottore Gio. Bapt. Birago. Amsterdam, 1S47. 8*^

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de Allianças : e que nas Embayxadas empregavaõ os Senhores mais authorizados e ricos, sem attençSo alguma da sua capací* dade; que tomavao por Secretários aquelles. homens que esta- va6 de antes ao seu serviço, ou debayxo da sua protecção, sem dependência alguma da Corte, e ignorantes dos negócios políti- cos; que deste modo, tudo o que se tratou com as Potencias Estrangeyras, foi com prejuízo do Reyno, como se experimenta nos Tratados de paz, e de comercio, e nos regramentos dos Correyos, e outras estipuiaçoens publicas : que semelhantes Se-' cretarios deviaõ ser educados conforme pedia o seu emprego; porque estes sa6 aquelles que põem em ordem os despachos, e tudo aquillo que o Embayxador ou o Enviado considera ou nota ser necessário sahir da Secretaria ; e que do bem ordenado, ou bem escrito, he que depende mui frequentemente o feliz successo.

O Duque de Lorena, Generalíssimo dos %JExercitos do Emperador Leopoldo ^, reprezentou a este Monarcha que naS podia subsistir aquelle Império por falta da Educação da No- breza, sendo incapaz de servir os Cargos públicos, ou na guerra ou em tempo de paz; e que para occorrer á total ruina do Es- tado, que propunha huma Escola que se devia erigir a propósito para satisfazer esta necessidade.

O Historiador Conestagio ' relatando a desordem e a

e>breza em que estava o Heyno antes da infeliz expedição dei ey Dom Sebastião para Aftrica, diz que nunca Portugal fora tao feliz, que tivesse hum homem dotado de tanta capacidade e intelligençia que soubesse governar as rendas Reais, porque o Cargo de Veador da fazenda se dava sempre por favor, e para gratificar os Gortezaõs, sem attenderem a nenhum mere- cimento; e por essa cauza, não havendo nem cuidado, nem conhecimento daquelle emprego, que todos os rendimentos se gastavaõ nos sallarios dos Ministros, nos dos Magistrados, e dos Governadores ; que o Estado estava taõ pobre que os Ec- clesiasticos pagáraõ entaõ cento e cincoenta mil ducados; e os Christaõs novos duzentos e vinte cinco mil, com promessa que se fossem prezos pela Inquisição que não seriaõ os seos bens confiscados.

^ Testament Politique, da Edição de Leipsic^ e naõ daquella de Paris i75... (sic).

> Hieron. G)nestagii (alguns dizem que Joaó da Silva Conde de Portalegre fora o A. verdadeyro desta Historia) de Portugalliae e Gastei- lae Conjunctione, Tom n. Hispan. Illustrat. Tradução da Lingoa Italiana na Latina, page xo66 e 1070.

Do referido se ve a necessidade que tem o Reyno da Edu- cação da Fidalguia, nSo s6 nas letras humanas, mas taõbena na Politica e nas Mathematicas, para servir a sua patriai nos cargos da guerra, e nos da paz; e que por faltar semelhante Educação, chegarão tantas Monarchias na Europa áquella decadência desde o anno de i Soo, que parece impossível rele- varse, se não se reformar esta omissão taõ considerável.

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Continua a mesma Matéria. Em que lugar devia ser educada a Fidalguia e Nobreza de 'TortugaL

Todos reprovarão o ensino da Mocidade, que vive em caza de seos Pays, e que vaõ duas vezes por dia a aprender nas Escolas publicas. Ja vimos assima que este modo de apren* der he o mais prejudicial; e como he notório a cada hum, que aprendeo assim, este dano, naõ necessito outra vez repetir o que mostrei assima.

Milhares de tratados se tem impresso da Educação do- mestica, e o mais excellente, a meu ver, he o de Martinho de Mendonça e Pina, que citei assima: esta educação pode fazer hum rapaz hum pio Christaõ; poderá ser instruido naquelles conhecimentos que dependem da simples memoria, mas sempre lhe faltará a emulação, que eleva o juizo, para se adiantar aos seos iguais; sempre lhe faltará a imitação, pelo qual se formaõ as ideas mais completas das acçoens e das obras dos Mestres e Governadores públicos, que sempre influem no animo muito mais, do que tuao q que disser ou obrar o Mestre domestico; deste modo ficará sempre o natural destes meninos acanhado e encolhido^ faltando lhe o trato e o conhecimento da vida ci- vil; quando acabaõ aquelles estudos domésticos, ou ficaõ igno- rantes, ou nos costumes da vida civil meninos, ou com o animo depravado: felicidade grande será que não fiquem estragados os costumes, pela companhia dos Criados e dos Escravos : se os Pays foraÕ taõ cautelozos que evitarão este ordinário pred-^ pido, cayem em outro, taõ contrario ao bem commum, como a perda dos bons costumes, a sua consciência e a sua conser- vação ; ficaõ estúpidos, cheyos de vaidade, naõ conhecem por superior mais que seos Pays, porque não tem a minima idea da subordinação que deve ter como Súbdito e como Christaõ.

Doesta origem provem que a Nobreza e Fidalguia he hoje

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empregada nos cargos e nos ^overnos^ quando che^a áquella idade, onde começaõ a descahir as forças, e a constituição com achaques. Na idade de quinze ou vinte annos, como a sua edu- cação foi domestica, tem da vida civil tanto conhecimento como hum menino: entra, como dizem, no mundo; e á sua custa, e por muitos annos adquirio algua experiência, e ess^ lhe serve de toda a imtruçaõ para servir a sua pátria: mas não he co- nhecida a sua capacidade, que da idade de quarenta annos; entaõ he que o Soberano o emprega nos cargos pubtícos, e ás vezes de idade mais crescida; mas nesta idade ou as forças co- meçaõ a enfraquecer ou a constituição; daqui he que os Estados hoje onde a Criação he domestica se servem semprç de pessoas a quem falta aquelle vigor, altives, ambição, e animo da ado- lescência e da idade /iril.

Admiramonos hoje quando lemos (|ue Pompeo e Scipião Affricano commandavaõ exércitos de idade de vinte e hum an- nos ; e que os Romanos dessem os Cargos de Questor, de Pre- tor, de Procônsul á Mocidade da Nobreza Romana ; mas o que mais deviamos admirar he que naquella primeira idade obra- vaõ acçoens taõ illustres, que se observaõ na historia : na ver- dade que de vinte e cinco annos, até trinta ou quarenta, está o corpo mais apto para obrar as mais elevadas acçoens; e por isso me parece, quando comparo a Republica Romana com os Reynos dos nossos tempos, que roestes, aquelles que os servem, todos saõ velhos e decrépitos, e que naquella Republica todos eraõ Varoens nas armas e velhos no Concelho.

Mas se quizermos saber a cauza desta immensa desigual- dade, inquiramos a EJucaçaõ da Nobreza Romana, e logo ()a- rará a nossa admiração. O seu ensino, no tempo da puerícia, se reduzia a Philosophia Moral e trato da vida, que lhes ensi- navaõ os Philosophos; mas esta instrução era practíca; entra- vaõ no Senado com seos Pays ou Tutores, como ouvintes ; ali ouviao practicar o que aprendiaõ em caza; de tal moc'o que hum Menino da idade de desasete annos estava instruido na eloquência, na arte de saber escrever, porque sabia fallar, nas Leis Pátrias, no Sacerdócio, nas Leis Civis e Politicas, que pela

Eractica aprendiaõ; e vendo diante de si aquelles Senadores, um que tinha triumphado, outro que tinha ganhado hum Reyno, outro que tinha decretado leis como Cônsul, enchiase o coração daquelles illustres objectos, para imitar aquellas ac- çoens ordenando, mandando e obrando. Assim vemos que Cé- sar de desasete annos orava com tanto applauso, que entrou no cargo do Sacerdócio. Lemos a Educação de Marco Aurélio

IX

Emperador, que elle mesmo relata logo no principio das suas obras, que são os pensamentos da sua vida^

Nos nossos tempos el Rey de Danamarca ordenou que em cada Tribunal assistisse hum certo numero de Moços No- bres, soaiente para serem ouvintes, e para aprenderem ali peila practica as Leis Pátrias, e o que he a vida Civil ; os Magistra- dos tem poder de lhes fazerem perguntas de tempo em temp^ para obrigar esta Mocidade a attenderem ao que ouvem. O mayor proveito que retiraria o Estado desta Educação, seria que pensisse e que reflectisse maduramente, e que naõ passasse a vida naquella variedade, e encadeamento de divertimentos, caças, jogos, dansas, bayles, e outros semelhantes. Nenhuma couza poderia fixar a volatilidade daquella idade, do que destinala, logo que estivesse instruída, a assistir nos Tribunaes como ou- vintes, e de responderem por escrito ou de palavra, quando fossem perguntados pellos Magistrados: alem de que lhes naõ ficaria tanto tempo para empregar naquella vida aérea, se cos- tumarias a pensar e a reflectir, que he a mayor difficuldade que se encontra naquella idade, e o mayor bem que se pode alcançar na sua educação.

Sem que eu o diga, todos verão que se se tomarem taes meyos com esta mocidade, que poderá ser empregada nos car- gos e postos do Estado, de idade de vinte, e de vinte e cinco annos, e que evitaria o Reyno ser servido, ou por velhos, ou por achacados nos cargos que necessitaõ vigiar, andar a Ca- vallo, navegar, inquirir, ver, observar, e despachar.

Pareceme que vistos os notáveis inconvenientes da Edu- cação domestica, e das Escolas ordinárias, que naõ fica outro modo para educar a Nobreza e a Fidalguia, do que aprender em Sociedade, ou em Collegios; e como naõ he couza nova hoje em Europa esta sorte de en*ino, com o titulo de Corpo de Cadetes, ou Escola Militar, ou Collegio dos Nobres, atrevome a propor á minha Pátria esta sorte de Collegios, naõ somente pella summa utilidade que tirará desta Educação a Nobreza, mas sobre tudo, o Estado e todo o povo.

O que som as Escolas SMilitares

H*e buma Escola Militar hum Corpo de Guarda, onde os Soldados saõ os meninos e Moços Nobres ou Fidalgos : estes

H

464. H. longloorais Qrav.

Kraat\ Nat. In». Deut., ii, p. 3oi.

Gercz (L. v. Heydco !).

465. H. melanaria Satã.

Kraatj Nat. Ins. Deut, n p. 3ia. Gerez (L. v. Heydcn!)

466. H. próxima Eraatz.

Kraatj Nat. Ins. 'Deut., n, p. 3 14.

Aveiro (L. v. Hcyden 1).

467. H. validioornis Maerk.

Kraatj Nat. Ins. Deut.^ n, p. 271. Bragança I.

468. H. Amgi Qrav.

Fauv. Faun. G. Rh.j p. 683.

Azambuja (J. Antunes!}, Aveiro (L. v. Hcyden I), Espi- nho!, Bussacol.

469. H. SkaUtzkyl miM.

Ridfotestacea, abdomine ante apicem infuscaio^ thorace subguadraio, basi foveolato, elytris hoc paulo longtoríbtis, abdo- mine subl^evigato.

Mas. Abdominis segmento penúltimo tuberctdis duobus in ápice insignis.

Long 2 mm.

Taille et forme du circellaris Grav. II diíFère de cette es- pèce par les caracteres suivants :

Couleur moins foncée.

Élytres moins densement ponctués.

Abdómen presque lisse.

Avec ces diíTérences je n^oseraís pas proposer une nou- velle espèce.

Mais le seul mâle que je possède, prís à Vizella est três

i5

distinct, car il a deux tubercules latéraux dans Textrémité du 6.^ segment de Tabdomen, tandis qu'on ne remarque qu^un seuI au milieu dans le circellaris Grav.

Je remplis un devoir, avec le plus g^-and plaisir, en de- diant cette espèce à mr. le Dr. Skalitzky que j'ai trouvé tou- jours prêt à me dcnner des éciaircissements sur Tétude des staphylins.

Qbvbb PHLOBOPOBA BRIOHSON

470. P. reptans Qrav.

Kraatiç Nat. Ins, ^Deut., ii, p. 337. Vizella !.

471. P. oortioalis Qrav.

Kraatz Nat. Ins. Deut,^ 11, p. 337. Bussacol, Mafra (C. v. Volxem!)

Qmbb oliqota uanmbbhbim

472. O. atoznaria Er.

Kraatj Nat. Ins. Deut.y 11, p. 348.

Coimbra I.

473. O. flavioomls Lao.

Kraaij Nat. Ins. Deut., 11, p. 35o. Bom Jesus de Braga (L. v. HcydenI).

Qevbb QTROPHíBRA MANNBRHBIH

474. G. puloliella Heer.

Kraatj Nat. Ins. Deut.^ 11, p. 356. Bussaco I.

^ Gbvrv MTLLABNA ERI0H8OM

475. U. intermédia Er.

Faw. Faun. G. Rh.^ p. 625.

Virella!.

i6

476. M. graoiliooniis Fairm.

Fauv. Faun. G. Q{h^ p. 626.

Felgueira!.

477. M. brevioomis Mattli.

Fauv. Faun, G, Rh,, p. 627.

Espinho I Bussaco!.

478. M. graoilis Matth.

Fauv. Fann. G. 7?*., p. 628. Espidho !•

TACHYPORINI

Omamu HTPOOTFTUS MAMMBSHBIM

479. H. apioalis Bris.

Fauv. Faun. G. Rh., p. 61 5.

Aveiro (L. v. Hcyden !).

V

anu HABROOERUS BBRI0H8OM

480. H. oapillariconiis Grav.

Fauv. Faun. G. Rh.^ p. 591.

Coimbra!, Bussaco (L. v. HeydenI).

Obmhb lbucoparyphus kraatz

481. L. sllplioides L.

Fauv. Faun. G. T^/r., p. 592.

Mertola !.

Qmnm TÁ0HINU8 aRÁVBNHOBST

482. T. marginellus F.

Fauv. Faun. G. T^A., p. 582.

Espinho!, Coimbra!.

í7

483. T. flavolimbatus Pand.

Fauv. Faun, G. Rh, p. 5S2.

Coimbra!.

484. T. obtosus L.

Fauv. Faun, G, Rh., p. 595.

Mentionné parmi les Staphylins récoltés par Mr. C. v. Volxem en Portugal.

485. T. formosos Mattb.

Fauv. Faun. G. "Rfi., p. 596.

Coimbra!.

486. T. rnfloeps Elraatz.

Fauv. Faun. G. Rh., p. 596.

Coimbra!.

487. T. cbrysoznelinus L.

Fauv. Faun. G. Rh., p. 598. Espinho!, Monchique (C. v. Volxem!)*

488. T. hypnorum F. ,

Fattv. Faun. G. Rh., p. 598.

Commun partout.

489. T. puslUus Gtslv.

Fauv. Faun, G. Rh., p. 602. Vizclla!, Espinho'.

490. T. nltidulus F.

Fauv, Faun. G. Rh., p. 602.

Bussaco!^ Felgueiral, Vizellal.

BKVISTA DA SOCIEDADE DE IN9TRUGCÃ0 DO PORTO. 2

i8

491. T. píotos Fainxi.

An. Soe. EnS. Pr., i852. p. 71.

Valle d^ Azares !.

Qmnm OONUBUS 8TBPHBNS

492. O. pub68062i8 Payk.

Fauv. Faun. G. Rh,, p. 609.

Coimbra!, Bussaco! (C. v. Volxeml). Gerez (L. v. Hey-

den !).

V. immaculatus Steph.

Fauv, Faun. G, itt., p. 610.

Vizella!| Espinho!.

493. O. pedicolarliis Ghrav.

Fauv. Faun, G. ilA., p. 61 1. Cea !, Gerez (L. v. Heyden !).

494. O. montlcola Woll.

Fauv, Faun. G. Rh.^ p. 6ia.

Felgueira !^ Vizella I.

Le C Itpidus Er. mentionné du Gerez par Mr. L. v. Heyden appartient à cecte espèce.

GsvBS BOLITOBIUS 8TBPHENS

495. B. trinotatus Er.

Fauv. Faun. G. Rh,, p. 549.

Coimbra!, Bussaco!.

asvu IfYCETOPOBUS MANNERHEOI

496. M. splendldus Qrav.

Fauv. Faun. G. Rh.^ p. 56a.

Coimbra !.

19

497. M. nanns Er.

Fauv. Fauru G. Rk., p. 565.

Du Portugal, d'aprés Mi^. Fauvel.

498. M. angnlaris Rey.

Fauv. Fauv. G. Rk^ p. 570.

Azambuja (J. Antunes!), G>iinbra !, Vizellal, Gerez (L. "v. Heyden !).

QUEDIINI

Qtwnm QUBDIU8 8TBPHBH8

499. Q. orasstui Fairm.

Fauv, Faun. G. Rh,, p. 5oi.

Coimbra !.

500. Q. lateraUs Ghrav.

Fauv. Fdun. G. BA^ p. 5oa.

Monchique (C. v. Volxem !), Pena, Gerez (L. v. HeydenI).

501. Q. ftUgldUB F.

Fauv. Faun, G. Rh.-, p. 5o5.

Coimbra !, Gerez (L. v. Heyden !), Bussaco (C. v. Vol- :xein !).

502. Q. oinotus Payk.

Fauv, Faun. G. Rk,^ p. 514.

Commun partout.

503. Q. tristis Grav.

Fauv. Faun. G. Rh.^ p. 5i5.

Douro !, Coimbra !, Bussaco, Leiria (C. v. Vobcem 1).

M

504. Q. fàligliiosas Ghrav.

Fauv, Faun. G, Bh.y p. 5x5.

Coimbra!, Freineda!, Guarda (L. v. Heydenl). Tous les exemplaires que je possède du Portugal sont à peu prés de la taiUe du tristis Grav.

505. Q. moloohlnus Ghrav.

Fauv, Faun. G. Bh., p. 5x6.

Partout.

Dans les individus immatures les antenneS) élytres et pat- tes sont rougeâtres.

506. Q. robustos Scriba.

Fauv. Faun. G. Rh., p. 5x8.

Trouvé par mr. L. v. Heyden en Espagne et d^après mr. Fauvel il se trouve aussi en Portugal. -

507. Q. ambriniis Er.

Fauv. FcMn. G. Bh., p. 5ao.

D'après Mr. Fauvel il appartient à notre faune.

508. Q. obliteratus Er.

Fauv. Faun, G. Rh., p. 523.

Monchique (C. v. Volxem I).

509. Q. pinetl Brls.

An, Soe. Ent. Fr,, i866, p.- 359.

Bussaco (L. v. Heyden!).

510. Q. mauromflis Grav.

Fauv. Faun. G. Rh., p. 526.

Bussaco!, Coimbra!, Espinho!.

{ContMa). MaNOEL PaULINO DE OlIVBIRA.

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ESTUDOS HISTÓRICOS

■OBBB A

HISTORIA DAS SCIENCIAS EM PORTUGAL

A BOTÂNICA PARTE I

(DÁ CONSTITUIÇÃO DA MONABQHIA Á REFORMA POMBALIMA)

Ensino da botânica : Mosteiro de Santa Cruz <— Universidade Creação das pharmacias. Litteratura botânica: Século xvi Apreciação do estado da botânica no extran^eiro Portugal: Pedro Hispano, Valesco, Amato Lusitano, Thomé Pires^ Garcia da Horta^ Christovam da Costa, os histo- riadores do descobrimento da índia Sec. xvii Vista de olhos sobre os trabalhos extrangeiros— Portugal: decadência do estudo das scien- das— Isidoro da Baff eira, GabrielGrisley, trabalhos inéditos. Século xrm A botânica em paizes estranhos Portugal: João Vigier, Manoel Gomes de Lima, Domingos Vandelli. 7{ea/ Jardim Botânico da Ajuda,

A botânica foi nos seus primeiros tempos uma sciencia de applicação. Cultivada imperfeitamente como era, tinha em vista conhecer apenas as virtudes medicinaes das plantas e os seus usos nas enfermidades; esta é a razão porque foi confundida com a medicina.

G>mo tal nos apparece nos primeiros tempos da nossa existência politica. Quando em 1 1 3o foi estabelecido o mosteiro de Santa Cruz, em Coimbra, ahi foram fornecidos amplos co« nhedmenros nas sciencias aos que o& buscavam, e d'entre os cónegos que O habitavam muitos foram buscar a paizes remo- tos o que ensinavam. No reinado de D. Sancho, este costume accentuou^se mais, pela liberalidade do soberano em conceder subsídios aos estudantes, e, d^entre os que cursaram em Pariz^ Mendo Diaz, por conselho de seu tio Gonçalo, prior do mos- teiro, entregou-se ao estudo da medicina de que se julga ter sido o primeiro lente no nosso paiz. ^

Ora, havendo uma cadeira de medicina na aual todo o complexo edificio d'esta sciencia era apreciado, a tnerapeutica

^ Víd. Maximiano Lemos Júnior— c^f medicina tm Portugal^ até 40f/ftfJofec. xvm— Porto, 1881.

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deveria ser uma das partes mais estudadas e n^essa algum& cousa da botânica.

Se isto não é mais do que uma conjectura é forçoso con- fessar que tem todas as probabilidades.

Adiantaram*se os tempoS| e, no século xiii, o clero por- tuguez, desejando conservar o prestigio das lettras, para d^te- modo tornar efficaz e jpermanente o seu poderio, dirigiu-se a D. Diniz, pedindo-lhe tosse concedida licença para a fundaçaa de um estudo geral, ideia que foi bem recebida por parte do monarcha que, como se sabe, tinha um espirito culto e muito dado ás lettras. Reuniram -se, em Montemor o Novo, em 12 de novembro de 1288, o abbade de Alcobaça, e os priores de Santa Cruz de Coimbra, de S. Vicente de Lisboa, de Guima- rães, e da Alcáçova de Santarém e mais vmte e dous reitores de diversas egrejas e d^ahi mandaram ao summo pontífice uma supplica, pedindo* lhe a confirmação do estudo geral, documenta que nSo loi assignado pelos bispos, provavelmente por andarem em litigio com o rei sobre matéria ae jurisdícções, n^um tempo em que ainda o reino estava interdicto. ^

dous annos depois foi expedida a bulia de Nicolau iv confirmando a Universidade de Lisboa, cjue n*esse tempo es- tava já organisada, mas a confirmação veio tornar mais solido e duradouro aquelle nosso primeiro estabelecimento scientifico.

A bulia de Nicolau iv é o primeiro documento que nos revela a organisação do ensino na Universidade. Sabemos por elle que havia cinco cadeiras: Leis, Cânones, Medicina, Gram- matica e Lógica, cujo estudo era necessário fazer por um es- paço de tempo indeterminado, e